
Uma renomada profissional fazia a análise corporal de um entrevistado. Dentre muitas observações, uma em particular chamou minha atenção. Ela disse que, quando alguém fala de forma afoita e acelerada, torna-se difícil assimilar plenamente seu raciocínio. Então, destacou a importância da “pausa” – aquele momento de respirar e expor as ideias com calma. Para ela, a pausa é um ato de generosidade.
Que surpreendente reflexão sobre a vida! Ouvir alguém que fala rápido demais pode ser exaustivo. O ouvinte se perde, especialmente quando a pessoa detalha excessivamente antes de chegar ao ponto principal. Resumir e respirar entre as frases é um ato generoso para quem escuta.
A pausa também se manifesta como um gesto de generosidade nas relações humanas. No convívio familiar, nos grupos religiosos e até nos relacionamentos amorosos, o “dar um tempo” pode levar à valorização do que antes passava despercebido. Filhos se afastam e, muitas vezes, retornam com um olhar diferente. Casais fazem pausas e voltam mais fortalecidos.
Nas escolas e empresas, temos as férias – uma pausa necessária para reajustar, perceber e recomeçar. No dia a dia, costumamos reclamar da rotina do trabalho, até o perdermos e, então, percebermos o quão essencial ele era.
A generosidade da pausa me faz refletir sobre como, muitas vezes, a perda se torna necessária para aprendermos a valorizar o que antes ignorávamos.
Às vezes, a pausa é essencial para que o outro sinta sua falta e para que você perceba o que realmente importa em sua vida. Lembre-se: se alguém precisa se esforçar para gostar de você, talvez sua presença não seja tão significativa para essa pessoa. E está tudo bem…
Sobre a autora
Adriana Biazoli é jornalista, escritora e narradora de histórias. Comunicativa por natureza, dedica-se a ensinar o poder da boa comunicação, conectando pessoas por meio da palavra e da emoção.
Instagram: @adrianabiazoli
Email:biazoliadriana@gmail.com
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Texto: Adriana Biazoli
Imagem: foto de reprodução