Nenga Bastos: Ela faz da canção morada da esperança

Cultura Coluna

Por Toninho Rodrigues – Trama de Vozes

“Ele não canta o mundo: acolhe-o em versos que acalantam quando a noite pede paz e despertam a reflexão quando o sol insiste em mostrar as injustiças. ”

O artista da gente, Nenga Bastos, é desses raros seres que destilam poesia com a alma e a transformam em canção — naquele jeitinho mineiro de quem sabe que a palavra tem o peso da utopia e a leveza da pluma.

Da Lua de Nana à América Latina, sua jornada vai muito além de um simples trajeto musical. É um mergulho profundo no tempo e no espaço, revelando as muitas trilhas que se cruzam no mesmo caminho do criador — aquele que um dia foi Bilu e hoje é o grande Nenga Bastos, compositor maior da nossa Região Oeste, orgulho e honra de Jandira.

Carrega no peito um repertório vasto da Música Popular Brasileira, mas o interpreta com a singularidade de um poeta inquieto: aquele que se importa com as dores do mundo, com o fel das injustiças sociais, mas também com os grãos de amor que se semeiam a cada dia.

As palavras — ditas ou não ditas, benditas ou bem-ditas — em sua voz soam deliciosas aos ouvidos de quem tem paixão para dar e receber, sobretudo quando se vestem de melodia.

Apaixonado por festivais, Nenga faz vibrar os corações de quem o escuta, elevando a alma da plateia com um canto de espanto que se recusa ao silêncio.

Fala da vida, da dor, do amor, do homem do campo e da flor, da menina do lugar e dos pássaros, das águas do mar e dos rios que correm entre as pedras — e tudo, sob seu toque, vira estrofe. Tudo vira sonho.

Foi nesse emaranhado de fantasias e verdades que nasceu uma obra capaz de tocar tão fundo a alma da cidade que acabou se tornando o Hino Municipal de Jandira.

A canção ecoa, hoje, nos cantos e encantos daquela que é carinhosamente chamada de Janda.

Grande Nenga Bastos, artista de alto brado, merece um viva retumbante de reconhecimento por sua trajetória artística e cultural — que nasce em Jandira e se espalha por todo o Brasil.

Parabéns, pessoa querida, pelo Servidor Público sempre atento às questões culturais, e pelo artista que nos devolve, em palavra cantada, a eterna morada da esperança.

Sobre autor:

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Toninho Rodrigues — ator e diretor e teatral, é um dos nomes centrais da cena cultural da Região Oeste de São Paulo. Gestor e articulador cultural, dirigiu o Espaço Cultural Grande Otelo, o Teatro Municipal Glória Giglio, foi diretor de Cultura de Jandira e  colaborador do Jornalismo Cultural.

 

 

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