Os caminhos se cruzam nessa jornada chamada vida, e tudo é movido por um propósito que, muitas vezes, desconhecemos.
Sou Adriana Biazoli. Em dezembro de 2017, iniciei no jornalismo em um veículo da cidade de Jandira. Agora, em 2024, surge um novo desafio: a direção do Nossa Oeste. Um caminho inédito na comunicação, uma oportunidade que abracei como um novo desafio. Sempre quis conhecer os bastidores, e essa transição para uma carreira distinta veio em boa hora.
Ao longo dos anos, atuei no rádio, nos palcos e na TV local. Fui produtora, editora de áudio, diretora de comunicação, gravei CDs de histórias narradas, publiquei alguns trabalhos, além de ter exercido diversas outras funções: balconista, diarista, doméstica, babá, vendedora de cachorro-quente, recepcionista, até mesmo Papai Noel e palhaço. Desconsidere a ordem — comecei pelo menos difícil! Esse é o meu jeito de escrever e contar as coisas da vida. Esse percurso me deu a bagagem necessária para estar aqui hoje, como jornalista e avó de uma criança com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista).
O Nossa Oeste não enfatiza tragédias, e, quando transmitimos notícias de cunho doloroso, o fazemos com respeito. A cultura tem cadeira cativa, e há espaço para colunistas de todos os segmentos.
Meu contato com o grupo Fraternidade Corações Valentes (PcD) aconteceu durante uma cobertura jornalística na primeira quinzena de dezembro. Participei do 1º Encontro de Pessoas com Deficiência, promovido pela Prefeitura de Jandira, com a presença do prefeito Doutor Sato. Foi um evento pequeno, e encontros como esse nem sempre são acessíveis para essas mães, que enfrentam tantos obstáculos. Foi lá que conheci algumas das integrantes do grupo.
A ideia de formar o grupo surgiu do encontro entre Rosangela Tristão (Roh Estrela) e Janaína Aparecida. Rosangela é mãe de Raphael, de 8 anos, diagnosticado com autismo e atraso psicomotor. Durante as sessões de equoterapia, conheceu Janaína, mãe de duas crianças PcDs. Percebendo que compartilhavam as mesmas dificuldades, decidiram unir forças para fazer suas vozes ecoarem mais alto. Dessa união, nasceu a ideia da primeira caminhada, realizada em 4 de abril de 2023. A concentração saiu da Praça 08 de Dezembro até a Câmara Municipal de Jandira, com o objetivo de levar a pauta da causa PcD à Casa de Leis.
Posteriormente, criaram um grupo no WhatsApp, onde se apoiam mutuamente e compartilham informações valiosas sobre os caminhos já percorridos. Essas mães travam suas lutas diárias e, ainda assim, encontram tempo para ajudar outras mulheres que enfrentam desafios semelhantes.
Na segunda quinzena de janeiro de 2024, participei de um novo encontro com as mães. O evento contou com palestras e um belo café da tarde. As organizadoras – todas mães – contaram com o apoio de voluntários e reservaram um espaço especial para as crianças.
Só uma mãe atípica entende a dificuldade de outra mãe em ter um momento para si, podendo assistir a uma palestra com tranquilidade. Pensando nisso, o grupo criou um ambiente acolhedor para os pequenos, onde receberam atenção especial do músico-terapeuta Nelson, do intérprete de Libras Caio e dos voluntários Francineide, Amanda, Sumia, Patrícia e Pedro.
As mães atípicas de Jandira existem, e nós vamos mostrá-las. Vamos contar suas histórias e queremos a sua ajuda! Se você conhece alguma mãe de criança, jovem ou adulto PcD, entre em contato conosco pelo e-mail contato@nossaoeste.com.br.
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Texto: Adriana Biazoli
jornalista