Por Adriana Biazoli
No dia 21 de maio, o mundo celebra o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, uma data instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 2002, em resposta à Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural aprovada no ano anterior. Essa comemoração vai além de um símbolo no calendário: é um lembrete poderoso de que a convivência entre culturas é essencial para a paz, o desenvolvimento sustentável e a dignidade humana.
Vivemos em um planeta com mais de 7 mil línguas faladas, centenas de religiões e uma infinidade de expressões artísticas, saberes populares, modos de vida e tradições. Cada uma dessas manifestações culturais carrega consigo a história de um povo, sua visão de mundo, suas dores e suas conquistas. Proteger essa diversidade é proteger a própria humanidade.
Um direito de todos, um dever de cada um
A diversidade cultural é um direito tão fundamental quanto a liberdade de expressão. Ela promove o diálogo entre diferentes, amplia horizontes, combate o preconceito e constrói pontes em vez de muros. Quando reconhecemos e valorizamos o outro em sua plenitude, criamos oportunidades para sociedades mais justas, tolerantes e inclusivas.
No entanto, essa riqueza está constantemente ameaçada por desigualdades, conflitos, globalização massificante e políticas que desvalorizam a cultura local. Por isso, o dia 21 de maio também é um convite à ação: proteger as culturas minoritárias, apoiar artistas independentes, valorizar as línguas originárias, reconhecer a sabedoria ancestral das comunidades tradicionais e garantir que todos tenham acesso à produção e fruição cultural.
Diversidade é desenvolvimento
A diversidade cultural não é apenas uma questão de identidade — ela também impulsiona o desenvolvimento econômico e social. Cidades e países que investem em cultura geram empregos, atraem turismo, estimulam a criatividade e promovem inovação. A cultura é um poderoso motor de transformação e resiliência, especialmente em tempos de crise.
Ao promover a diversidade no ambiente escolar, por exemplo, formamos cidadãos mais conscientes e empáticos. Ao incluí-la nas políticas públicas, fortalecemos comunidades inteiras. Ao reconhecê-la no dia a dia, com respeito e curiosidade, plantamos sementes de paz.
Um chamado à consciência coletiva
Celebrar o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento é, portanto, muito mais do que exaltar diferenças. É reafirmar o compromisso com um mundo onde todos possam existir, resistir e florescer — com sua língua, sua fé, sua arte e sua história. É garantir que a cultura não seja vista como luxo ou espetáculo, mas como direito essencial à vida.
No Brasil, país de tantos povos e vozes, essa data ganha ainda mais relevância. Somos herança viva de africanos, indígenas, europeus, asiáticos e migrantes de todas as partes. Somos diversidade por natureza. E que nunca nos falte coragem para defendê-la.
