Afonsina e Zé da Sanfona são mais do que uma dupla sertaneja, são a prova viva de que a música, quando nasce do coração, pode ecoar longe. Unidos pela paixão pela cantoria e influenciados desde sempre pelos sons da terra, começaram sua jornada musical com o incentivo de Zé Pereira, respeitado radialista e apresentador da região, que foi o primeiro a enxergar neles o brilho de quem nasceu para cantar.
Foi no ano 2000 que decidiram levar essa paixão a sério. Munidos de coragem e melodias autorais, passaram a se apresentar em casas de violeiros e rádios da região oeste da Grande São Paulo, de Osasco a Barueri, de Jandira a Itapevi. A cada apresentação, conquistavam novos ouvintes e davam mais um passo rumo ao grande sonho: a gravação de um disco.
Em 2008, a oportunidade bateu à porta com a participação em uma coletânea de duplas sertanejas promovida pela Casa da Cultura. A canção escolhida, “A Bebida”, composição própria, abriu caminho para novos horizontes.
No ano seguinte, em 2009, o tão sonhado CD chegou, 16 faixas autorais, que eternizaram a essência da dupla e consolidaram sua presença no cenário sertanejo regional. Já em 2012, Zé da Sanfona alçou voo com um projeto solo: um álbum instrumental, inteiramente autoral, com 14 faixas que mostram sua intimidade com o instrumento que carrega no nome e no peito.
Mas a vida dessa dupla vai além dos palcos musicais.
Aos 84 anos, Afonsina é exemplo de vitalidade e arte em movimento. Figura de destaque nos Jogos Adaptados da Terceira Idade, ela coleciona dezenas de medalhas, prova de que o corpo também canta quando está em sintonia com a alma. Sua presença é cativa nas encenações da Paixão de Cristo do município de Jandira, onde atua com emoção e entrega, além de compor com alegria o tradicional Boi de Barrancas, expressão popular que mantém viva a cultura nordestina.
Zé, além de sanfoneiro, é também compositor. Juntos, ele e Afonsina participam de diversos festivais culturais, levando sua arte com simplicidade, talento e amor ao que fazem.
Hoje, a dupla segue em atividade, sonhando alto e buscando a realização de mais um CD porque, para quem vive da arte, não há idade para recomeçar, nem tempo para parar de sonhar.
Redação Nossa Oeste – Adriana Biazoli