A Polícia Civil está investigando um grave caso de racismo, gordofobia e xenofobia registrado em um condomínio na Zona Norte de São Paulo. O incidente veio à tona após vídeos contendo falas ofensivas serem compartilhados em um grupo de WhatsApp de moradores. As gravações foram realizadas por uma menina de 11 anos, filha do síndico do prédio, e incluem declarações como a sugestão de que uma vizinha “esfolasse a pele para ficar branquinha” e frases como “pretos deviam morrer.”
A vítima das ofensas é uma menina negra de 12 anos, cuja família denunciou o caso à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi). Segundo informações obtidas pela GloboNews e encaminhadas à polícia, os vídeos somam cerca de 14 minutos de conteúdo e foram apresentados como prova do ocorrido.
A Secretaria de Segurança Pública informou que o caso está sendo apurado pelo 19º Distrito Policial (Vila Maria), sob a tipificação de injúria racial. Todos os envolvidos serão ouvidos no decorrer das investigações. Embora a legislação brasileira não permita responsabilização criminal para menores de 12 anos, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que os pais ou responsáveis possam ser responsabilizados por comportamentos ou atitudes de seus filhos.
O advogado Diego Moreiras, que representa a família da vítima, declarou que ingressará com um pedido na Justiça para que a autora dos vídeos passe por acompanhamento psicológico e orientação. Ele também criticou a negligência dos pais da menina que gravou os vídeos e ressaltou a importância de medidas educativas e punitivas em casos de racismo.
“Em pleno século 21, precisamos mostrar que atitudes como essas têm consequências. A conscientização é fundamental para combater essas práticas”, afirmou Moreiras.
O caso gerou indignação e reforçou o debate sobre a necessidade de enfrentar o racismo estrutural e outras formas de preconceito no Brasil.
Com informações do G1
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