Crise Sem Fim: a Cada Tempestade, o Morador se Torna a Maior Vítima

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São Paulo, 12 de dezembro de 2025

A nova falta de energia e água que atinge mais de 689 mil imóveis em São Paulo reacende uma discussão antiga e necessária: em cada episódio de vendaval, tempestade ou falha estrutural, é sempre o morador quem paga a conta da instabilidade. Enquanto as concessionárias citam “ocorrências pontuais”, a realidade cotidiana mostra famílias inteiras às escuras, sem água, sem informação precisa e sem previsões confiáveis de restabelecimento.

Quando o serviço falha, a vida também para

As horas sem energia e sem água impactam diretamente a rotina de quem mora na capital e na Grande São Paulo. Sem luz, alimentos estragam, equipamentos essenciais deixam de funcionar, celulares descarregam,  impossibilitando até mesmo pedidos de socorro. Para quem tem filhos pequenos, idosos acamados ou pessoas com deficiência em casa, o transtorno vira um cenário de risco.

Já a falta de água compromete higiene, preparo de alimentos, cuidado com bebês e até a saúde de quem depende de limpeza constante para evitar contaminações. Em prédios, sem bombas elétricas, moradores ficam presos em andares altos, sem elevador e sem água para necessidades básicas.

O morador não pode continuar sendo a parte mais frágil da cadeia

Em cada grande evento climático, a população é orientada a “ter paciência”, mas não recebe a mesma segurança, planejamento ou resposta eficiente por parte dos responsáveis pelo abastecimento. Os moradores alegam que o atendimento remoto não dá conta, os prazos não se cumprem e a vulnerabilidade aumenta,  principalmente nas periferias, que sofrem mais e têm menos estrutura para enfrentar longos períodos sem serviços essenciais.

A rotina interrompida: relatos de quem está vivendo o apagão

  • Quem depende de home office não consegue trabalhar e perde renda.
  • Comerciantes, especialmente pequenos negócios, acumulam prejuízo com produtos perdidos.
  • Mães e pais improvisam lanternas para cuidar dos filhos à noite.
  • Idosos passam horas no escuro, sem ventilação e sem água.
  • Pessoas que utilizam equipamentos médicos dependentes de energia vivem momentos de verdadeiro desespero.

É urgente colocar o usuário no centro das decisões

Os moradores defendem que as concessionárias apresentem planos de contingência mais eficazes e transparentes, informem com clareza os prazos de retorno e mantenham equipes suficientes para atender ocorrências em massa. Num estado com a dimensão de São Paulo, não é aceitável que, a cada tempestade, a população volte ao improviso e à insegurança.

A defesa do cidadão precisa ser prioridade. Em momentos como este, fica evidente que a falta de luz e água não é apenas uma interrupção de serviço, é uma interrupção da vida.

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