Cultura Popular transforma o cotidiano escolar na EE Dolores Garcia Paschoalin

Jandira Cultura

Oficina de Teatro e Percussão emociona alunos e fortalece protagonismo juvenil

A emoção e o entusiasmo tomaram conta da Escola Estadual Dolores Garcia Paschoalin com a estreia dos alunos participantes da Oficina de Teatro e Percussão, iniciativa voluntária idealizada pelo agente cultural José Tarcísio Santos Rosa, reconhecido guardião da cultura popular. O projeto foi acolhido pela escola de ensino integral e rapidamente se tornou um espaço de pertencimento, expressão e fortalecimento do protagonismo juvenil.

Realizadas sempre às segundas-feiras, às atividades surpreenderam a equipe pedagógica pelos resultados alcançados em um curto período. Mesmo com poucas aulas, os estudantes aderiram com dedicação, sensibilidade e responsabilidade, demonstrando que a arte, quando chega com verdade, encontra terreno fértil para florescer.

O projeto

A iniciativa integra o projeto “Percussão na Escola – Espaço Cultural Roda de Cantigas no Curral do Boi de Reis Barrancas”, desenvolvido de forma totalmente voluntária, com o objetivo de aproximar os estudantes das manifestações da cultura popular brasileira, em especial o Boi de Reis Barrancas, unindo música, teatro, expressão corporal e identidade cultural.

Depoimento da coordenação pedagógica

A coordenadora pedagógica da unidade, Rosemeire Hilário, destaca a importância da parceria:

“O clube juvenil sempre fez parte do programa de ensino integral, onde os próprios alunos criam os clubes, estimulando o protagonismo, como liderança, respeito e autonomia. Quando buscamos parcerias, é para fortalecer esses clubes, pois os alunos ainda precisam de mediação. Foi através desse olhar que entramos em contato com o projeto de percussão e teatro, que prontamente veio até a escola e foi redirecionado para nosso clubinho, com uma aceitação inesperada.”

Como surgiu a parceria

A proposta nasceu após a apresentação do Projeto Bumba Meu Boi Estrela de Jandira, coordenado por Mayara Mercez, com direção artística de Fabíola de Lourdes e direção de produção e figurino de Irani Jesus Sousa. Impactada pela força da cultura popular, a coordenadora pedagógica Rosemeire Hilário vislumbrou a possibilidade de levar essa linguagem para dentro da escola.

Por indicação das responsáveis pelo projeto, o nome de José Tarcísio Santos Rosa foi apresentado à escola. O primeiro contato ocorreu no dia 03 de novembro de 2025, e poucos dias depois a parceria já se transformava em ação concreta.

Início das atividades e metodologia

As atividades tiveram início no dia 10 de novembro, com uma palestra realizada por Tarcísio Santos Rosa e pela diretora de arte cênica Irani Jesus, destacando a importância do folguedo do Boi de Reis Barrancas e da preservação das tradições culturais.

As oficinas aconteceram nos dias 13, 14, 17, 18, 19, 22, 23 e 26 de novembro, além de 01 de dezembro, culminando em uma apresentação conjunta com o elenco do Projeto Bumba Meu Boi Estrela de Jandira, no dia 02 de dezembro de 2025, diante dos alunos da escola.

As aulas de percussão foram conduzidas de forma dinâmica, participativa e inclusiva, contemplando:

  • Acolhimento e aquecimento corporal
  • Apresentação dos instrumentos (surdos de metal, peles de nylon e couro, talabares e baquetas)
  • Exercícios rítmicos progressivos
  • Construção coletiva dos toques
  • Processos de criação, improvisação e escuta coletiva
  • Fechamento com reflexões e cuidado coletivo dos instrumentos

Resultados observados

Os resultados ultrapassaram a técnica musical. Houve avanço significativo na:

  • coordenação motora e consciência corporal
  • escuta coletiva e trabalho em grupo
  • autoconfiança e expressão artística
  • valorização da cultura popular
  • senso de pertencimento e identidade cultural

Os adolescentes demonstraram compromisso, disciplina, protagonismo e sensibilidade artística, fortalecendo vínculos e desenvolvendo responsabilidade coletiva.

Oficina de Teatro: crianças em cena

A oficina de teatro também emocionou o público, revelando talentos e histórias marcadas pela superação da timidez e pelo encantamento do palco.

Participantes e depoimentos:

Alunos participantes da Percussão

O curso contou com alunos dos 6º, 7º e 8º anos, envolvendo meninas e meninos com idades entre 12 e 14 anos, fortalecendo a diversidade, a inclusão e o protagonismo juvenil dentro do ambiente escolar.

Durante as atividades, os alunos demonstraram interesse constante, entusiasmo e comprometimento, criando um vínculo genuíno com a prática musical. Muitos dos estudantes que permanecerão na escola no próximo ano já manifestaram total desejo de continuidade no projeto, sinalizando a consolidação da iniciativa como uma ação permanente no cotidiano escolar.

Entusiasmado com o desempenho do grupo, o agente cultural José Tarcísio Santos Rosa já projeta os próximos passos:

“No próximo ano, vou ensinar dois estilos de percussão: fanfarra e as batidas de axé, com influências da Timbalada e da pegada do Olodum. Quem sabe, inclusive, esses alunos possam desfilar no Sete de Setembro.”

6º ANO

6º A

  • Isabelle
  • Lucas
  • Hi-miri
  • Matheus
  • Vitor
  • UOC
  • Joa
  • Gustavo
  • João Pedro

6º B

  • Júlio

7º ANO

7º A

  • Mayara
  • Alice
  • Emanuele
  • Maria Elisa
  • Joaquim

7º B

  • Sávio Manoel
  • Emoah
  • Piperona
  • Rafa
  • Samyra
  • Natália
    Vitor Hugo
  • Pedro
  • Lucas Cunha

7º C

  • Agatha Victoria
  • Maria Luísa
  • Enzo Lívio
  • Caio Ítalo
  • Vinicius
  • Cíntia Lívia
  • Fernanda
  • Chica

8º ANO

8º A

  • Rafael
  • Caroline
  • Arthur
  • Henrique
  • Pietro Campos
  • Clarice Lanna

8º B

  • Felipe

Sobre o agente cultural

José Tarcísio Santos Rosa, 63 anos, nascido no Vale do São Francisco, é produtor cultural, educador popular e poeta das tradições. Vive em Jandira desde 1986, onde dedica sua vida à preservação e difusão da cultura popular, especialmente o Boi de Reis Barrancas. Sua trajetória é marcada pela generosidade, pelo acolhimento e pela crença de que a cultura é um direito de todos.

“A cultura é uma casa grande, cabe todo mundo”, costuma dizer — e suas ações confirmam cada palavra.

Com apoio da família – esposa, filhos e netos – Tarcísio transforma seus projetos em espaços seguros, onde crianças, jovens, adultos e idosos encontram voz, palco e pertencimento. Seu trabalho voluntário na EE Dolores Garcia Paschoalin reafirma que a cultura popular, quando chega à escola, não apenas ensina: transforma.

Redação Nossa Oeste – Jornalismo com propósito

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