Em Luziânia, no estado de Goiás, um caso recente chamou atenção para a gravidade da omissão escolar diante de situações de bullying. Uma aluna de 14 anos, em tratamento contra câncer ósseo, foi alvo de ataques verbais por colegas, que a chamaram de “manca” e “desgraça”. Apesar de denúncias formais feitas pela família, a direção da escola estadual Osfaya não tomou medidas para proteger a estudante.
A omissão resultou em uma investigação da Polícia Civil, que concluiu que a inação das gestoras foi intencional, levando ao indiciamento criminal da diretora e da coordenadora administrativa da instituição. O caso evidencia que, hoje, negligenciar situações de bullying não é apenas uma falha administrativa: é crime.
A Lei 14.811/2024, que criminalizou o bullying no Brasil, reforça a responsabilidade penal de gestores escolares. Agora, a omissão não é vista como mera burocracia falha ou questão civil: é uma infração que pode levar a processo criminal. O alerta é claro: a negligência de educadores frente à violência escolar tem consequências sérias e diretas.
Especialistas em educação reforçam que a prevenção é fundamental. Pais, responsáveis e profissionais da educação devem estar atentos aos sinais de bullying, que podem incluir isolamento social, mudanças de comportamento, baixo rendimento escolar ou sintomas físicos decorrentes do estresse. Denunciar e acompanhar a situação junto à escola, ao Conselho Tutelar e às autoridades é uma medida de proteção essencial para a criança ou adolescente.
Além disso, a formação contínua de gestores e educadores sobre ética, direitos da criança e do adolescente e prevenção de bullying é crucial. “O preparo nunca foi tão necessário. A responsabilidade de proteger nossos alunos é pessoal, direta e intransferível”, alerta um especialista em gestão escolar.
Embora o caso não seja recente, tenha ocorrido no final de julho/2025, o caso de Luziânia serve como alerta: crianças e adolescentes têm direito a um ambiente escolar seguro e acolhedor. O silêncio ou a omissão de gestores diante de qualquer forma de violência escolar pode não só prejudicar o desenvolvimento da criança, mas também gerar consequências jurídicas graves.
A responsabilidade é coletiva: famílias, escolas e autoridades devem trabalhar juntas para prevenir e enfrentar o bullying, garantindo que o direito de aprender em segurança seja respeitado.
Artigo: redação Nossa Oeste
Imagem: meramente ilustrativa
Fonte G1 /Metropoli