Não há como medir com régua comum o que se viveu em Copacabana.
Era noite, mas o céu parecia em festa.
Entre gritos, lágrimas e luzes, o Brasil recebeu Lady Gaga como se acolhe alguém que é da casa — ainda que tenha nascido do outro lado do oceano.
E, de certo modo, ela é. É da casa do afeto, do refúgio artístico, da alma em carne viva.
Vieram de todos os cantos.
De estados vizinhos, de cidades distantes, de outros países da América Latina.
Com o coração nas mãos e a coragem nas costas, os fãs atravessaram distâncias e limites para viver um momento eterno.
Teve gente que ficou horas em pé, sem piscar, sem banheiro, sem conforto.
Gente que abriu mão de tratamento médico, de internação, para estar ali — colada no sonho, ao lado da Mãe Monstro.
Cada centavo investido não era gasto: era voto de amor.
Cada sacrifício era prece, juramento de devoção.
Mas também houve quem não pôde estar lá.
Fãs que, mesmo de longe, se uniram em pequenas festas, se vestiram de brilho, se emocionaram diante da tela.
Eles cantaram juntos, choraram juntos, vibraram com cada acorde como se estivessem na areia de Copacabana.
Porque o amor não conhece distância.
E o fã verdadeiro transforma qualquer sala em plateia, qualquer quarto em camarote da alma.
E Gaga sentiu.
Se emocionou.
Se entregou de um jeito que não se ensaia — porque veio da alma.
Ao fim do show, com a voz embargada e os olhos marejados, ela não queria partir.
Copacabana era palco, era altar, era lar.
Ficou ali, como quem não quer dizer adeus.
O Brasil a consagrou. E ela consagrou o Brasil.
No dia seguinte, ainda envolta na emoção, Lady Gaga deixou uma carta aos fãs.
Palavras simples, mas carregadas da mesma intensidade que iluminou a noite anterior.
Ela agradeceu. E mais do que isso: se declarou.
Disse que jamais esquecerá.
Disse que aquele palco vive agora dentro dela.
E nós, que estávamos aqui — seja na areia, seja na tela — sabemos:
Foi mais do que um show.
Foi um encontro de almas.
Foi um abraço sem fim.
Por: Adriana Biazoli