Cotia, 9 de fevereiro de 2025 – A cidade de Cotia, na Grande São Paulo, se despede da jovem Rayssa, de apenas 20 anos, que faleceu após uma batalha incansável contra uma rara e agressiva doença autoimune. No início de 2023, Rayssa, que estava no auge de sua juventude, cheia de sonhos e projetos, começou a perceber uma perda gradual de seus movimentos, o que inicialmente foi confundido com sintomas comuns à idade. Porém, a situação rapidamente se agravou, revelando uma condição rara e devastadora: a Tetraplegia Espástica, que comprometeu 75% do seu cérebro, levando-a a um quadro de total imobilidade, conhecida como a síndrome do cativeira.
Durante meses, Rayssa foi diagnosticada e tratada, com idas e vindas a hospitais, mas as respostas nunca foram suficientes para trazer alívio. Em questão de pouco tempo, a jovem foi forçada a ficar presa à cama, sem poder mover os braços nem as pernas. Sua luta tornou-se ainda mais dolorosa para a mãe, Irani, que, ao lado de Rayssa, travou uma batalha incansável para garantir que sua filha tivesse o suporte necessário.
Além do sofrimento físico, Rayssa e sua família enfrentaram dificuldades financeiras. Irani, determinada a melhorar a qualidade de vida da filha, iniciou rifas e fez apelos nas redes sociais para angariar recursos a fim de adquirir uma cadeira de rodas especial, que possibilitaria à jovem olhar o mundo além das quatro paredes de seu quarto, dando-lhe a chance de ver o sol brilhar mais uma vez. A cadeira, que precisaria ser adaptada especialmente para Rayssa, seria a chave para abrir uma janela de possibilidades que até então pareciam fechadas.
Infelizmente, a jovem não resistiu à agressividade da doença e faleceu após longos dias de internação. A perda de Rayssa deixa um vazio profundo em sua família e amigos, mas também uma mensagem de coragem, esperança e perseverança diante das adversidades. A luta de Rayssa, que se viu presa em seu próprio corpo, é um reflexo da resistência e amor incondicional de sua mãe, Irani, que jamais deixou de sonhar com dias melhores para sua filha.
A cidade de Cotia, assim como todos que acompanharam a jornada de Rayssa, se despede dessa jovem brilhante que, embora tenha partido cedo, deixou um legado de força, coragem e um exemplo de como a luta contra doenças raras e suas consequências é, muitas vezes, uma batalha silenciosa, mas cheia de dignidade.
Sobre Rayssa:
Rayssa era uma jovem cheia de vida, com muitos sonhos e com um futuro brilhante pela frente. Sua luta, assim como a de sua mãe, Irani, é um testemunho de resiliência diante do impensável. A família deseja agradecer a todos que apoiaram Rayssa durante sua luta e continua a pedir por mais conscientização sobre doenças raras e seus impactos na vida das pessoas.
Texto: Adriana Biazoli
Redação Nossa Oeste
