Roseli Machado — Uma Vida Dedicada a Cuidar

Jandira

Por:  Adriana Biazoli

Roseli Machado nasceu à meia-noite do dia 4 de novembro de 1964, na antiga chácara que hoje é o bairro Jardim Mazé, em Jandira.
Filha de Raul e Tereza, veio ao mundo em um parto difícil, feito por uma parteira conhecida da cidade, Dona Hilária.
Logo ao nascer, enfrentou o primeiro desafio da vida: estava com duas voltas do cordão umbilical no pescoço.
Sua avó, Dona Amália, de origem russa e fé profunda, ajoelhou-se e pediu a Nossa Senhora Aparecida que salvasse a neta.
O pedido foi atendido, e Roseli começou a respirar. Como forma de agradecimento, foi batizada em Pirapora do Bom Jesus.

Cresceu cercada de carinho, sob os cuidados dos pais, dos padrinhos Theodoro e Maria Lígia, e da avó Amália.
A infância foi simples, com poucos recursos, mas repleta de valores. Seu pai, que trabalhava em São Paulo, sempre trazia balas toffi para os filhos — um gesto pequeno, mas cheio de afeto.

Com o falecimento do pai, aos 25 anos, a vida da família mudou.
Roseli tinha apenas seis anos, e a mãe, Dona Tereza, ficou viúva com três crianças pequenas.
A família foi acolhida pelos avós e padrinhos, que ofereceram amor, abrigo e apoio nos anos difíceis.

Estudiosa e determinada, Roseli estudou na Escola Estadual Sammartino, onde fez amizades duradouras e aprendeu a valorizar o conhecimento.
Sonhava cursar contabilidade, mas acabou optando pelo magistério, onde encontrou sua verdadeira vocação.
Logo se destacou pela dedicação e pelo cuidado com os alunos.

Seu primeiro emprego como professora foi um convite do então prefeito José Roberto Piteri, para lecionar na Escola Cidade de Kameoka.
Depois, atuou na Pré-Escola do Jardim Gabriela e chegou a coordenar uma creche municipal.
Mas sempre quis ir além, entender o comportamento humano e ajudar as pessoas de outras formas.

Foi então que decidiu cursar Psicologia na UNIP de Alphaville, tornando-se parte da primeira turma do curso.
Estudava à noite, trabalhava em Jandira pela manhã e em Barueri à tarde, enfrentando muitas dificuldades financeiras, mas nunca desistiu.
Vendia doces e contava com a ajuda de amigos para continuar os estudos.

Em 1997, ingressou no Colégio Pueri Domus, onde ampliou seus conhecimentos e se envolveu com projetos inovadores de educação.
Ao se formar, abriu um consultório de psicologia e passou a atender, conciliando o trabalho clínico com atividades voluntárias no Hospital Psiquiátrico João de Deus e no Instituto Sal da Terra.

Em 2003, recebeu um convite para dar uma palestra para mães na Associação Camila.
Daquele encontro nasceu o desejo de criar um projeto próprio voltado às crianças e famílias de Jandira.
No ano seguinte, fundou a Associação Amigos da Criança (AAC), onde atua desde então.
Começou como membro da diretoria e hoje é presidente da instituição, coordenando projetos sociais, captando recursos e fortalecendo o atendimento às famílias.

Mesmo sem grandes recursos, Roseli nunca deixou de trabalhar e acreditar.
Participou de grupos de estudo na USP, especializou-se em hipnose clínica e ministrou palestras sobre temas como Síndrome Fetal Alcoólica.
Também é ligada à filosofia Oomoto, que defende o amor universal e a harmonia entre os povos — princípios que ela aplica na vida e no trabalho.

Amante dos animais, Roseli tem em casa seus companheiros fiéis, flores e histórias.
É lá que recarrega as forças e se reúne com os filhos e netos, sua maior fonte de amor e inspiração.

Hoje, Roseli é reconhecida em Jandira como uma mulher comprometida com a educação, a solidariedade e o bem-estar das crianças.
Sua trajetória, marcada por superação, estudo e dedicação, mostra que servir ao próximo é uma das formas mais bonitas de transformar o mundo.

Redação: Nossa Oeste

Jornalismo com propósito 

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