Crime Cibernético:  homem que ameaçou deputadas com “estupro corretivo” é condenado a mais de 12 anos de prisão

Acontece Mulher

13/05/2025 

A Justiça de Minas Gerais deu um passo firme na luta contra a violência de gênero e os crimes cibernéticos. Um homem foi condenado, em primeira instância, a 12 anos e 9 meses de prisão por ameaçar três deputadas estaduais com mensagens de ódio e violência sexual. O réu, que se escondia por trás de perfis falsos com os codinomes “Leon” e “Grow”, foi responsabilizado pelos crimes após minuciosa investigação conduzida pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG).

As vítimas das ameaças — as deputadas Bella Gonçalves (PSOL), Beatriz Cerqueira (PT) e Lohanna França (PV) — receberam e-mails institucionais com mensagens aterrorizantes, incluindo ameaças explícitas de “estupro corretivo”. O criminoso também fazia uso de dados pessoais para intensificar as agressões, chegando a descrever detalhadamente invasões domiciliares fictícias, numa tentativa cruel de instaurar o medo.

A sentença resulta da terceira fase da Operação Di@na — nome inspirado na deusa greco-romana protetora das mulheres e crianças — que investiga crimes cometidos em ambiente virtual. O símbolo “@” representa o espaço digital onde esses ataques foram articulados. A investigação revelou que o réu participava de grupos que disseminavam ódio, apologia ao nazismo e aliciamento de menores, chegando a coagir adolescentes a se automutilarem e enviarem imagens íntimas.

Preso em maio de 2023, em Olinda (PE), o homem foi transferido para Minas Gerais, onde ocorreu o julgamento conduzido pela 12ª Promotoria de Justiça de Belo Horizonte, com apoio da Polícia Civil, Polícia Militar e do Grupo de Atuação Especial de Combate aos Crimes Cibernéticos (Gaeciber). A decisão ainda cabe recurso.

Este caso reforça uma mensagem clara: esconder-se por trás de telas, apelidos ou perfis falsos não garante impunidade. Crimes de ódio, especialmente aqueles dirigidos a mulheres e figuras públicas que lutam por justiça social, não serão tolerados. A coragem das deputadas em denunciar e a firmeza das instituições envolvidas mostram que a sociedade não se calará diante da violência, ainda que travestida de anonimato digital.


 A justiça não silencia o trauma, mas oferece caminhos de reparação. Que cada mulher ameaçada encontre, no acolhimento e na punição dos culpados, um sinal de que sua voz importa — e será protegida.

Redação – com informações Folha Pernambuco

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *