Artigo: Meninos e Meninas das Periferias –  O Desafio de Brincar ao Ar Livre

Coluna Viver Bem
Adriana Biazoli

As brincadeiras de rua sempre foram parte essencial da infância, mas para muitas crianças das periferias, essa realidade está se tornando cada vez mais distante. Sem quintais e com pouco espaço nas ruas estreitas e movimentadas, meninos e meninas crescem limitados ao ambiente virtual, afastando-se das interações e aprendizados proporcionados pelo brincar ao ar livre. Diante desse cenário, é fundamental refletirmos sobre o impacto dessa mudança e buscarmos soluções para garantir uma infância mais saudável e equilibrada.

As casas das periferias raramente possuem quintais. São terrenos pequenos, muitas vezes com menos de cinco metros de largura, e as construções ocupam todo o espaço disponível. Diante dessa realidade, meninos e meninas ficam restritos a ambientes internos, sem áreas livres para brincar.

As famílias, cientes dessa limitação, fazem o possível para tornar o lar mais atrativo. Investem em televisores, celulares para as crianças e, quando podem, assinam serviços de streaming. Assim, esses pequenos se inserem no mundo virtual, mas conhecem pouco do mundo real e das brincadeiras que marcaram gerações anteriores.

Muitos municípios têm bairros com ruas estreitas e, em algumas comunidades, a situação é ainda mais difícil. Vielas e escadarias limitam ainda mais o lazer infantil. As brincadeiras de correr ficaram no passado ou são privilégio de poucos. É raro vermos crianças brincando livremente nas calçadas ou disputando espaço com os veículos, correndo riscos de atropelamento.

O medo da violência e a falta de segurança fazem com que os pais evitem deixar os filhos brincando na rua. No passado, existiam os Centros de Convivência, que ofereciam diversas atividades monitoradas, como dança, jogos e espaços para interação. Hoje, esses espaços são escassos, e as crianças das periferias passam a maior parte do tempo no mundo digital.

Muitos discutem os malefícios do excesso de tempo na internet, mas poucos oferecem soluções. É necessário criar políticas públicas e projetos que incentivem a reinserção das crianças nas brincadeiras que envolvem correr, pular, interagir, aprender regras, ganhar e perder.

📌 Sobre a autora

Adriana Biazoli é jornalista, escritora e apresentadora. Apaixonada pela arte da comunicação, atua como contadora de histórias, apresentadora, Mestre de Cerimônias  e ministra cursos para ajudar pessoas a se expressarem melhor. Acredita que palavras bem empregadas podem transformar vidas.

Instagram: @adrianabiazoli

Email:biazoliadriana@gmail.com

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Imagens: Gustavo Silva

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