Artigo

Na cidade de Osasco, em frente à estação de trem, ali, bem na calçada, diante de todos, um cenário que poderia passar despercebido se não fosse pela cena em si. Aquele lugar, escolhido de forma estratégica, causa estranheza, surpresa e até um certo assombro. Não é comum ver algo assim. E enquanto rolava minha timeline, me deparei com o vídeo do influenciador Thiago Solrac e seu amigo Luiz Felipe, transformando a vida de um idoso, bem ali, diante de todos. O idoso tomou banho, teve o cabelo cortado e ganhou roupas novas – tudo acontecendo bem na frente de todos.
Os influenciadores vendaram seus olhos e ceiaram com ele. Talvez alguém diga: “A mão direita não deve saber o que faz a esquerda…” E, por essa razão, o jovem pode ser criticado. Mas o idoso se deixou conduzir. Ele já não era mais invisível. Ele aceitou ser exposto, talvez porque estivesse cansado de não existir. Quanto tempo ele teria passado ali, vivendo nas ruas, magro, sujo, sem qualquer perspectiva, sendo alvo do desprezo de quem passava? A pergunta é: mesmo exposto, ele foi exposto para a vida!
Thiago, com 1 milhão e 600 mil seguidores, escolheu essa forma de influenciar. A exposição gerou algo mais do que uma simples mudança de visual. E, no fundo, isso é o que importa. Na descrição de um de seus vídeos, ele escreve: “Evangelho fora das quatro paredes.” Eu reflito sobre isso. Ele foi até onde havia necessidade de amparo, e com isso, influenciou para o bem.
O mal, por outro lado, é ardiloso. Ele tem milhões de seguidores e é propagado por todos os canais, se espalhando em plataformas que atraem muitos, ávidos por conhecer as desgraças que assolam o mundo. Todo dia, um novo rosto vitimado pela violência de todas as formas. O mal é mestre no marketing e segue liderando. Mas o bem? O bem não pode ser mostrado em praça pública? Não estou falando do “bem” praticado para conquistar um cargo público, esse tipo de ação tem seu direcionamento. Falo do bem genuíno, que influencia e nos faz acreditar que ainda vale a pena e que a humanidade não está perdida.
O que teria levado esse idoso a preferir a rua ao invés de um abrigo? Não sei. Mas sei que há histórias que nunca imaginaríamos, porque tendemos a julgar. Lembro de um homem em situação de rua, que me disse: “Eu privei-me da alegria de viver quando, em um acidente de carro, perdi minha esposa e meus três filhos. Desilusões, vergonha, dependência química, arrependimentos… São tantas as histórias.”
O idoso do vídeo aceitou ir para uma clínica de tratamento. E isso, por si só, já é um novo começo.
O marketing do bem precisa melhorar. Por mais @thiagosolrac, sejamos inspirados e influenciados por esse amor que lava, abraça, alimenta e depois oferece a ajuda necessária para recomeçar.
Confira o vídeo e se emocione
https://www.instagram.com/thiagosolrac_/
Sobre a autora
Adriana Biazoli é jornalista, escritora e apresentadora. Apaixonada pela arte da comunicação, atua como contadora de histórias, apresentadora, Mestre de Cerimônias e ministra cursos para ajudar pessoas a se expressarem melhor. Acredita que palavras bem empregadas podem transformar vidas.
Instagram: @adrianabiazoli
Email:biazoliadriana@gmail.com
Nossa Oeste – Jornalismo com propósito
Gostou? Segue, curte, comente, compartilhe