Quantas vezes erramos sem saber? E quantas vezes erramos sabendo? A ignorância pode até justificar o tropeço, mas e quando o desvio é consciente — fruto da conveniência, da vaidade, da manutenção de uma imagem ou de uma posição social?
Recentemente, ouvi uma palestra de um juiz de direito espírita que abordava as raízes do erro moral sob a ótica da evolução espiritual. Segundo ele, erramos por ignorância, sim. Mas também erramos por escolha — escolhas baseadas no que é mais fácil, mais vantajoso, mais admirado aos olhos do mundo.
Quantos de nós, ao longo da vida, deixamos de evoluir espiritualmente por medo de perder status, influência, conforto? Quantos preferem o aplauso imediato ao silêncio necessário da autotransformação?
Vivemos tempos de pressa, de distrações, de excesso de opinião e escassez de consciência. E assim seguimos, muitas vezes ignorando os chamados sutis da vida para que despertemos. Até que chega o momento inevitável: aquele em que os últimos fios da existência física começam a se desatar. Nesse instante — tão solitário quanto verdadeiro — somos confrontados não pelos outros, mas por nós mesmos. Pela nossa consciência. Pelas faltas que sabíamos que cometíamos e escolhemos repetir.
A evolução espiritual não exige perfeição, mas requer coragem. Coragem de se olhar no espelho sem disfarces. Coragem de se desfazer de máscaras. Coragem de aprender com os erros e não se acomodar neles.
Que possamos, ainda em vida, nos perguntar com sinceridade: Quais erros eu tenho repetido? Em quais deles estou me escondendo? Porque a consciência não falha. Ela apenas espera — e cobra, no tempo certo, o que a conveniência tentou silenciar.
Sobre a autora

Adriana Biazoli é jornalista, escritora, contadora de histórias e apaixonada pela arte de comunicar. Já atuou como radialista, apresentadora de TV e mestra de cerimônias, mas é entre crianças, festas e histórias que encontra sua verdadeira paixão. Com olhar sensível e escuta atenta, transforma encontros do cotidiano em narrativas que tocam o coração. Seu propósito é ensinar pessoas a se comunicar bem — com palavras, com presença e com afeto.
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