Emoção e Fé, entrevista com o diretor da Paixão de Cristo de Jandira
Na segunda quinzena de abril de 2025, a cidade de Jandira, na Grande São Paulo, se tornará palco de uma das histórias mais emocionantes já contadas: a Paixão de Cristo. Sob a direção artística de Victor Barbosa, o espetáculo promete uma experiência intensa e inesquecível, recontando os últimos momentos da vida de Jesus com uma abordagem renovada e impactante.
Com sete atos estruturados para levar o público a uma jornada de fé e reflexão, a encenação trará um elenco de 40 atores, além de uma equipe técnica dedicada. Entre os desafios da montagem, destacam-se o rigor histórico, a profundidade emocional e a necessidade de inovar dentro de uma narrativa tão conhecida. O secretário de Cultura de Jandira, Rodrigo Moura, enfatiza a importância do evento:
“A encenação da Paixão de Cristo tem grande importância cultural, religiosa e social. Ela reconta um dos momentos mais marcantes da fé cristã, permitindo que os fiéis revivam o sofrimento, morte e ressurreição de Jesus, fortalecendo sua espiritualidade e incentivando a reflexão sobre valores como sacrifício, amor e redenção.”
Com um olhar técnico e colaborativo, o diretor Victor Barbosa compartilhou, em entrevista com perguntas
exclusiva ao Jornal Nossa Oeste, os detalhes e expectativas para a montagem. Confira a íntegra da entrevista:
Jornal Nossa Oeste: Como começou sua trajetória no teatro e o que o motivou a seguir a direção teatral, ou seja, de onde veio e quando veio esse interesse pela arte?
Victor Barbosa: Começou através da TV. Como sou produtor de TV e cinema também, no artístico, foi natural receber convites para compor equipes de produção (grandes produções), considerando as similaridades técnicas entre tantos formatos.
JNO: Já esteve à frente de outras montagens grandiosas? Como essa experiência pode ajudar nesta produção?
VB: É a quarta vez que dirijo um espetáculo. Já participei de produções que envolveram mais de 500 profissionais. Minha equipe de produção para este espetáculo é enxuta, mas dinâmica. São 9 profissionais na produção e integram o elenco 40 atores. Tudo ajuda. A experiência em tantos produtos no campo das artes faz com que eu possua uma visão sistêmica mais ampla das nuances de produção.
JNO: Dirigir a Paixão de Cristo é um desafio especial. O que essa oportunidade representa para você?
VB: Com certeza. Possuo formação católica (Comunhão, Crisma, Catequese…), então, neste contexto, já existe em mim um interesse natural pelo tema. Estamos construindo um produto do zero! Apesar de ser uma história já conhecida pelo público, estamos fazendo um trabalho novo de roteiro, pesquisas históricas, caracterizações de personagens e cenografia. Pretendo dar ao público jandirense uma experiência incrível, marcante e carregada de emoções.
JNO: Como você define seu estilo de direção? Há algo que busque trazer para esta encenação em particular?
VB: Técnico e colaborativo, por exemplo, a construção do roteiro vem ao encontro dos textos bíblicos e pesquisas históricas. Nesse sentido, ao desenvolver o roteiro, conversamos com todo o elenco, fazemos testes no timing de fala, adaptamos o texto, devolvemos ao ator, e assim, vamos construindo uma narrativa atrativa porém fiel à história. Busco trazer em 1h20′ de espetáculo algo que prenda e capte emoção, além dos ensinamentos que o Mestre Jesus Cristo nos deixou.
JNO: Como foi ser selecionado para dirigir essa peça?
VB: Através do Edital de Chamamento do Município. Me inscrevi, mandei meu portfólio e fui selecionado.
JNO: A peça ainda está em desenvolvimento e o prazo é curto. Como você está organizando o trabalho para garantir que tudo esteja pronto a tempo?
VB: Nesse ponto é que a experiência conta. Muitos desafios encontrados eu já superei em outras ocasiões, ao longo desses anos todos. Tenho um cronograma rigoroso, documentação da obra já bem delineada e as ideias já amadurecidas. A Secretaria de Cultura de Jandira tem sido parceira, na pessoa do Secretário Rodrigo Moura e equipe, nesse processo também e confiando no trabalho que estou desenvolvendo. O Assistente de Direção, Marco Sansi, tem feito um trabalho à parte para mim na preparação e integração do elenco. Ele possui ampla experiência nessa atividade.
JNO: O que o público pode esperar desta montagem da Paixão de Cristo?
VB: Emoções fortes. Serão 7 Atos muito especiais, além de uma abertura fantástica.
JNO: Mesmo com o prazo apertado, há alguma inovação ou diferencial que pretende trazer para a encenação?
VB: Renovo. Inserimos alguns “plot twists” no roteiro, pequenas interações com o público que assiste, rompendo a quarta parede, e contaremos com uma trilha sonora fantástica. Além de outros detalhes que não posso contar ainda…
JNO: Há alguma cena que você considera especialmente desafiadora de montar dentro desse cronograma reduzido? Como está sendo trabalhada?
VB: Nós temos o “Ato V – O Flagelo” . Este ato sem dúvidas é desafiador… Nos momentos do Açoite teremos a presença de um Coral formado por 10 profissionais, sendo Barítonos, Contraltos, Sopranos, etc. A trilha interpretada vai criar uma atmosfera, junto ao trabalho de iluminação que estamos montando e somado ao flagelo em si… muitas emoções!
JNO: O que tem sido mais gratificante nesse processo, apesar dos desafios?
VB: Ensinar e aprender. Com certeza são fundamentos que levo comigo. O enredo em si já nos ensina e nos convida ao exercício de humildade.
JNO: Qual mensagem você gostaria de deixar para o público que aguarda essa apresentação?
VB: Convido todo o público para no dia 18/04, às 19h, prestigiarem os Artistas da cidade! O Espetáculo “A Paixão de Cristo” está incrível!
JNO: Se pudesse dar um conselho para diretores que enfrentam desafios parecidos com prazos apertados, qual seria?
VB: Buscar novos conhecimentos, criar laços com o Elenco e buscar sempre a humildade de quem aprende. Com certeza são características que um Diretor precisa ter. Sem isso, certamente estará fadado ao fracasso.
O Jornal Nossa Oeste destaca a dedicação dos agentes culturais que fazem esse espetáculo nunca parar. Mesmo com desafios financeiros, o município segue criando oportunidades e fomentando a cultura. A união dos artistas mantém viva a arte e reafirma a importância desse evento na cidade de Jandira.
Instagram: victorbarbosareal
Redação Nossa Oeste
Fotos: Arquivo Pessoal do Diretor